quinta-feira, 15 de abril de 2010

Especial veículos militares: EE-T1 Osório


O EE-T1 Osório é um carro de combate pesado desenvolvido nos anos 80 pela empresa brasileira Engesa. Projetado para competir com outro protótipo recém construído pela Bernadini o Tamoyo (carro de combate) o qual superava em tudo.

Só que com duas diferenças o Tamoyo foi projetado para operar na selva brasileira e feito especialmente para as condições operacionais e financeiras do Exercito Brasileiro enquanto o Osório foi projetado para ser o Primeiro MBT Legitimo brasileiro.

Logo depois participou de uma concorrência para equipar as Forças Armadas da Arábia Saudita, a opção pelo M1 Abrams inviabilizou sua produção. Apenas protótipos foram construídos.

Motivos para a fabricação

Nos anos 80 o exército da Arábia Saudita começara a estudar propostas para um novo carro de combate, a fim de complementar seu arsenal, e no futuro substituir os carros AMX-30, franceses. Como o equilíbrio de forças no Oriente Médio sempre foi muito delicado, os exércitos daqueles países tendem a ser naturalmente militarmente significativos. No caso da Arábia Saudita, favorecida pelas suas grandes exportações de Petróleo, tinham condições de comprar bons equipamentos.

A Árabia Saudita provavelmente compraria os Leopard 2, que estavam entrando em produção para o exército da Alemanha Oriental. Esse veículo era considerado confiável, e uma geração à frente do Leopard atualmente usado pelo Exército Brasileiro.

Entretanto, o governo da Alemanha Ocidental recusou-se a vender os Leopard 2, alegando que não poderia vender armas avançadas a países de fora da OTAN. Os árabes então não sabiam como obter um veículo considerado de última geração, que pudesse ser-lhes entregue em grandes quantidades. Essa oportunidade de venda foi percebida pela Engesa no Brasil.

A Engesa (Engenheiros Especializados S/A) era a maior fabricante de blindados da América Latina e estava obtendo sucesso com dois de seus produtos, os carros Cascavel e Urutu, usados pelo Exército Brasileiro e exportados, principalmente para o Oriente Médio, onde tomaram parte na guerra Irã-Iraque. Naquela época a empresa viveu sua melhor fase. Sabendo da oportunidade, a Engesa pensou em apresentar aos sauditas um tanque brasileiro.

Entretando, a Engesa ainda não desenvolvera nenhum veículo blindado sobre lagartas, e no caso do projeto, um MBT (Main Batlle Tank), eles não possuíam experiência. Ainda por cima seu pessoal estava ocupado com outros projetos, o que tornaria difícil o desenvolvimento de um projeto deste porte, que demandaria quase todo o pessoal da empresa. Por isso, eles decidiram comprar um projeto desenvolvido em outra empresa e construí-lo ali, para mostrá-los aos Sauditas. Surgiu então uma proposta da empresa Alemã Tyssen-Henschel, que possuía um projeto chamado Leopard 3 e que estaria disposta a negociá-lo para os brasileiros. Só que o projeto era de um veículo de combate de infantaria muito semelhante ao TAM argentino, distante do conceito MBT. Os alemães recusaram-se a vender qualquer outra coisa senão o Leopard 3, o que tornara a negociação inviável, pois esse veículo pertencia a outro nicho, incapaz de competir com verdadeiros MBTs como o M1A1 Abrams americano.

Uma segunda oportunidade apareceu novamente na Alemanha, pois a Porsche se interessou em desenvolver um MBT junto com a empresa brasileira. A Porsche possuíra experiência nesse tipo de blindados, e seria uma forma da Engesa adquirir mais experiência nesse assunto. Mas, novamente a parceria não deu certo, dessa vez por determinação do governo alemão, que ordenou que a Porsche cancelasse o projeto.

Diante do impasse dos grandes fabricantes de MBT, a Engesa tomou decidiu procurar diretamente as empresas fornecedoras desses fabricantes e, com base na tecnologia aí adquirida, desenvolver ela mesma o projeto do MBT. Essa decisão custaria a existência da empresa no futuro.

Obstáculos Iniciais


Desenvolver projetos independentemente seria mais difícil do que no caso de uma parceria, pois vários obstáculos teriam que ser transpostos, dentro e fora do Brasil. O mundo estava na Guerra Fria e a Bipolarização, o que representava antagonismos no mercado de equipamento bélico: Ao mesmo tempo que aumentava as vendas de material militar, também dificultava este mesmo comércio, devido à desconfiança entre países.

A Engesa ainda teria que "agradar" ao Exército Brasileiro. Interessado no projeto, este emitiu um OBO (Objetivos Básicos Operacionais), que ditaria o projeto do Osório. Um dos grandes problemas deste OBO era a limitação de peso na casa das 36 toneladas, irreal para a configuração desejada pela Engesa para o projeto isso porque outros veículos, potenciais concorrentes tinham pesos entre 44 e 65 toneladas. O peso determinado pelo Exército não era de um MBT mas sim de um tanque leve. O Tamoyo III, veículo desenvolvido pela Bernardini em paralelo ao Osório se ateve ao OBO, e tornou-se um tanque médio, não um MBT.

O Exército Brasileiro na realidade não procurava por um MBT por dois motivos: O primeiro é que a atribuição das Forças Brasileiras eram essencialmente defensivas, visando a proteção do território nacional. O Brasil já praticava a não intervenção e a neutralidade. A esse tipo de atribuição, de acordo com os generais de então, não cabia para um MBT, arma essencialmente ofensiva. O outro motivo era simplesmente o alto custo dessas máquinas. Isso aplica-se ao custo por unidade, e também aos custos de manutenção. Um veículo como o Osório, seria obviamente caro para os padrões do Exército.

Contudo a Engesa conseguiu reduzir as limitações que o Exército dava ao projeto. Foi fixada como meta para o peso o número de 42 toneladas. A limitação de largura seria mantida (3,20m). Essas limitações se davam por conta das ferrovias brasileiras, utilizadas nos transportes dos tanques. Fechados os parâmetros, começava o desenvolvimento do projeto.

Nessa época também definiu-se o nome do veículo: Osório. Em homenagem ao general Osório, patrono da arma de cavalaria do Exército Brasileiro, que liderou ao lado do Duque de Caxias o avanço sobre Assunção, e a vitória na Guerra do Paraguai. Na Arábia Saudita, receberia do nome de Al Fahd, nome do então monarca daquele país.

Depois disso, a Engesa enviou engenheiros pelo mundo para pesquisarem sobre o que poderia ser utilizado no projeto do EE-T1. Eles procuravam por equipamentos que seriam utilizados como motor, transmissão (e etc). Ainda havia outros obstáculos, mas o Exército Brasileiro já começava a "se empolgar" com o projeto, e se movia para apoiar a empresa.

O projeto

O projeto que usava alta tecnologia, foi feito com recursos da própria Engesa, sem ajuda governamental, sendo que isto provocaria sua ruína no futuro. Os engenheiros, em suas viagens de pesquisa encontraram bons equipamentos disponíveis. A maioria europeus (Os americanos não vendiam equipamento militar "de ponta"). Assim, os engenheiros foram até a Defence Components Exhibition, na Inglaterra. Lá, se interessaram pela suspensão hidropneumática Dunlop, que estava sendo empregada no MBT inglês Challenger 1. Para usá-la, o projeto original teria de ser modificado, entretanto a vantagem era tamanha, que esta suspensão foi escolhida.

Para a transmissão, optou-se pela ZF, LSG3000, pelo fato desta empresa possuir instalações no Brasil, e que a esta transmissão seria produzida aqui, obtendo-se uma redução de custos. Para o motor, foi escolhido originalmente o MTU alemão, utilizado nos Leopard 1e 2, e com a empresa querendo sua fabricação no Brasil, porém o custo era elevadíssimo, então a empresa decidiu utilizar o TBD 234 de 1000 Cavalos, da também alemã MWM. Este motor, ainda não havia sido utilizado em blindados.

No desenho do projeto foi utilizada a tecnologia CAD, para desenhar o projeto com o auxílio de computadores. Isso mostrou que a Engesa queria fornecer um veículo de qualidade absoluta, atualmente, tais métodos, chegam à serem considerados banais.

No quesito armamento, o projeto foi diversificado: Decidiu-se por duas versões: A primeira, a mais sofisticada, levaria canhão de 120 mm GIAT (francês), alma lisa. Esta seria a exportada para a Arábia Saudita. Uma segunda, utilizaria-se de do canhão 105 mm alma raiada L7/M68. Esta seria a versão do Exército Brasileiro (O canhão de 105mm é padrão no ocidente, portanto muitos países produzem munição, e seu custo de manutenção é mais baixo). O Chassi era o mesmo para as duas versões, as diferenças estavam na torre (a do 120mm possuía melhores equipamentos eletrônicos). Como armamento secundário, uma metralhadora Hughes 7,62 mm, coaxial ao canhão e a famosa .50, atuando como defesa antiárea. O Osório possuía ainda, no alto da torre lançadores de granadas fumígenas, que formariam uma cortina de fumaça ao redor do tanque, impedindo-o de ser visto.

Para a blindagem, através de testes, concluiu-se que o Osório deveria utilizar-se de blindagem composta. utilizada, até hoje. Isso foi decidido, pois esperava-se que um Osório suportasse um disparo direto de 120mm (pois com esse canhão, supõe-se que seus inimigos também o teriam). Assim, eles foram a Chobhan, Inglaterra obter a tecnologia de blindagem composta. Acabaram por contratar dois engenheiros especializados, que desenvolveram a blindagem composta no Brasil, juntamente com uma de aço criada pela Usiminas. Especulou-se usar blindagem reativa (reactive armour) no Osório, e, apesar de nunca ter sido colocada, esta poderia ser utilizada. O Osório contava também com a frente bastante angulada, aumentando o efeito da blindagem (na parte superior, o ângulo da blindagem com o solo é de quase 0º).

O Osório contaria ainda com a proteção NBC (Nuclear, Biological, Chemical) capaz de conceder à guarnição proteção para muitos tipo de arma. Essa proteção consistia de um isolamento total da cabine, criando um ambiente interno controlado. Entre esses dispositivos, cita-se como exemplo a abertura manual do canhão, mantendo o municiador fora de contato com a atmosfera exterior.

A eletrônica era muito avançada e o tanque contava com telêmetro laser (que mede a distância do tanque ao alvo, calculando a elevação do canhão). Um computador de bordo, de 16 bits era alimentado por essas informações, fornecendo melhores condições para o disparo. Também possuía sensores para velocidade e intensidade do vento, condições atmosféricas, velocidade do projétil, entre outros. O atirador e o comandante dispunham de visores diurnos e noturnos, variando conforme a versão da torre (105mm ou 120mm). O Osório tinha a torre estabilizada, e compensador de desníveis, mantendo o canhão na direção certa do alvo independente da mudança de terreno. Aliado à sua "janela de coincidência" o índice de acerto no primeiro tiro era de incríveis 95%. A margem de erro não passava de um círculo com 50cm de raio.

Protótipos, ensaios e testes iniciais


A Engesa fixara a preparação do primeiro protótipo para um ano após o início do projeto. Para ganhar tempo, eles entregaram o desenvolvimento das torres a Vickers, inglesa, sob a supervisão de engenheiros brasileiros, enquanto que o chassi era desenvolvido nas dependências de uma filial da Engesa em São José dos Campos, São Paulo.

Simultaneamente, testes de blindagem eram realizados no CTA (Centro Tecnológico Aeroespacial), com a utilização de canhões de 25 mm suíços, comprados pela própria Engesa, em túnel balístico com modelos reduzidos de blindagem e aumento de velocidade dos projéteis, imitando-se assim o disparo de armas de 105mm e 120mm.

O primeiro chassi ficou pronto antes da torre, em setembro de 1984. A Engesa então acoplou-lhe uma torre falsa e o submeteu a testes de resistência, rodagem e ensaios dinâmicos, afim de consertar defeitos no conjunto. Os que foram descobertos, foram sanados, e os parâmetros da suspensão hidropneumática, acertados.

Em maio de 1985 chegou a "torre padrão" equipada com o canhão 105mm raiado. Ela foi imediatamente acoplada ao chassi e testada. Em Julho deste mesmo ano, o Osório seguia para a Arábia Saudita a bordo de um 747 para seus primeiros testes no deserto. A intenção era enviar o protótipo com torre de 120mm (ainda não terminada) contudo os outros concorrentes já estavam apresentando seus modelos e a Engesa decidiu-se por levar o protótipo que já tinha, para analisar o desempenho do chassi no deserto. Lá encontrou-se com o britânico Challenger que também estava em fase de testes. O desempenho do Osório foi positivo, revelando deficiências em especial no motor, mas eram falhas sanáveis. A equipe voltou ao Brasil contente com estes testes.

O Exército colaborava, e o CTEx (Centro Tecnológico do Exército) mantinha uma ligação com a equipe, mantendo engenheiros junto à Engesa, que os instruíam principalmente sobre a manutenção. A fábrica do motor efetuou modificações no propulsor que resolveram os problemas apresentados no deserto. Nisso, o Exército Brasileiro iniciou vários testes com o Protótipo equipado com a Torre Padrão.

Os testes foram para elaboração do RTEx (Relatórios técnicos experimentais) e RTOp (Relatórios técnicos operacionais), testes elaborados para avaliar-se o que for necessário em um veículo. O protótico fora aprovado pelo Exército Brasileiro após estes testes, que foram:

Rodagem de 3.269 Km, sendo 750 no campo de provas da Marambaia - RJ (Terreno acidentado), além de tiro, 50 disparos no total. Os resultados empolgaram os militares brasileiros.

Em princípio de 1986, a Vickers entregou a segunda torre, com canhão de 120mm. Imediatamente foi incorporada ao chassi e testado em RTEx e RTOp. Como seu predecessor, fora aprovado com louvor. Agora, era analisar o seu desempenho frente aos seus concorrentes.

Atuação no deserto e sucesso inicial


Em Julho de 1987, o protótipo com o canhão de 120mm seguiu para a Arábia Saudita, para a nova fase da competição. Agora, os quatro veículos se confrontariam, em vários testes. Os veículos eram: O britânico Challenger , o americano M1 Abrams , o francês AMX-40  e o brasileiro EE-T1 Osório.

Os testes consistiam em:

2.350 Km de rodagem, sendo 1750 Km em deserto. A guarnição que operaria o tanque era do Exército Saudita, escolhida por sorteio. Neste teste analisaria-se também o consumo de combustível que deveria ser no máximo de 2,1 Km/l em deserto e 3,4 Km/l em estrada.

Rampas: Superar trincheiras de 3m de largura; arrancada, partindo do repouso em rampa de 65% de inclinação, rodar em rampa lateral de inclinação 30%, aceleração e frenagem no plano e em rampas.

Resistência e manutenção: Remoção e colocação de lagartas em 40 minutos (10 para a retirada, 30 para a colocação), 6 horas com motor em funcionamento constante e veículo parado, 6 Km de marcha-a-ré e reboque de um carro de combate de 35 ton por 15 Km. O Osório rebocou o Abrahams, muito mais pesado do que 35 ton.

Tiro: 149 disparos. 82 com veículo e alvo estacionados a 4000m de distância; os demais com veículo estacionado e alvo em movimento e veículo e alvo em movimento a 1500m de distância.

Foram reprovados os dois veículos europeus na disputa (O Challenger e o AMX-40), e o Osório, juntamente com o Abrams foram declarados passíveis de compra. Sendo que, aparentemente o que mais impressionara nos testes fora o Osório, mostrando-se superior ao Abrams, e mais barato.

A euforia brasileira foi enorme. O contrato chegou a ser preparado com previsão de se construir inclusive uma linha de montagem na Arábia Saudita. Militares Sauditas vieram ao Brasil para receber treinamento em tecnologia de blindados. O Exército Brasileiro estava exultante, pois o contrato incluía no preço final um acréscimo de 10% para o Exército Brasileiro (assim, a cada dez unidades vendidas para os sauditas uma seria entregue ao Exército Brasileiro, paga pelos Árabes). O negócio era da ordem de bilhões de dólares. Cada unidade do Osório de série custaria 1,2 milhões de dólares.

Em 1988 no Abu Dhabi, o Osório tornou a derrotar os mesmos três adversários acrescidos do C-1 Ariete Italiano, mostrando sua competência. O único veículo de sua categoria contra o qual o Osório não competiu foi contra os tanques russos. Como a guerra fria vingava, não havia muitos tanques russos para se fazer comparativos.

Para atender a essa futura demanda, a Engesa planejava expandir seu parque em cerca de 1.200 metros quadrados, aumentar seu maquinário, expandir seu quadro em 500 ou mais funcionários, trazendo empregos, divisas e tecnologia. A vitória e as vendas para os sauditas eram dadas como certas, e uma pré-série começava a ser construída, para exportação. Outros mercados ainda eram sondados: O Iraque se interessou no veículo, tendo inclusive o ministro da defesa iraquiano vindo ao país para conhecer o carro.

Fracasso posterior


Finalmente, os Estados Unidos agiram, alegando que o Brasil não respeitava acordos internacionais e, principalmente, que negociava com nações tidas como inimigas, fizeram com que a Arábia Saudita hesitasse em fechar o acordo com a Engesa. Hesitação que tornou-se recusa com a eclosão da operação Tempestade no Deserto contra o Iraque em 1991, fazendo com que os laços entre os Estados Unidos e a Arabia Saudita se estreitassem de tal forma, que os sauditas decidiram ignorar a capacidade bélica demonstrada pelo EE T1 Osório e assinar o acordo com seu principal aliado, os próprios Estados Unidos.

Dada a natureza da empreitada, dos obstáculos enfrentados e, principalmente, pelo risco de se investir quase todos os seus recursos num projeto voltado para compradores estrangeiros, a Engesa acumulou várias dívidas. Mas, nesse momento, demonstrou-se os verdadeiros riscos da empreitada: a não disposição do governo brasileiro em investir nesse ramo e a conseqüente falta de compradores para o EE T1 Osório.

A falta de disposição do governo brasileiro demonstrou-se, principalmente, pela pequena atuação tanto na política em prol do produto, tanto quanto na ajuda financeira diante da situação precária da Engesa. A ausência de dinheiro para o Exercito Brasileiro em adquirir o EE T1 Osório foi interpretada pelo mercado como sendo, na verdade, uma falta de interesse do mesmo no produto. Levando a conclusão de que se nem o próprio Exercito Brasileiro compra o tanque, então os compradores de outros certamente não iriam comprá-lo. O primeiro Osório de pré-série foi vendido como sucata, seus equipamentos devolvidos (canhão, optrônicos, motor, transmissão...) aos fabricantes para aliviar as dívidas. Patrimônio foi vendido e em 1993 a Engesa faliu. Era o fim da linha.

Os protótipos construídos e sobreviventes (Torre padrão e o de 120mm) ficaram sob custódia do Exército,13º R C Mec, em Pirasssungua-SP mas sem pertencerem a este, portanto quase abandonados. Esses veículos seriam leiloados em 20 de novembro de 2002, contudo, o ministério público de São Paulo impetrou ação, impedindo a venda destes veículos. Eles seriam vendidos por R$ 300.000,00 as duas unidades, para um comprador particular, uma quantia irrelevante frente aos 50 milhões de dólares gastos em seu desenvolvimento.

Finalmente em 22 de março de 2003, ocorreu uma cerimônia de entronização no quartel do 2º RCC em Pirassununga(posteriormente tranformado em 13º R C Mec), São Paulo, onde o protótipo 2 (P2) equipado com canhão de 120mm desfilou perante as autoridades, escoltado pelos demais veículos da cavalaria daquele regimento. Era o "renascimento do Osório". O outro protótipo (P1) com canhão de 105mm está sendo restaurado, pois o tempo lhe trouxe alguns defeitos que serão reparados e ele também será incorporado a este regimento.

Hoje, ambos os veículos são de propriedade do Exército Brasileiro, sendo considerados monumentos à memória e a tecnologia do Brasil. Até hoje, o Osório constitui o carro de combate mais avançado do inventário do Exército Brasileiro (único com canhão de 120mm), e duas gerações a frente do Leopard, hoje principal carro de combate em uso no Brasil. Em Abril de 2003, ele esteve exposto na LAD 2003 (feira de material de defesa) no Rio de Janeiro. Impressionou várias delegações estrangeiras, mesmo tendo sido fabricado na década de 80. Em 2003, foi aprovado um plano de reforma do Osório do Exército Brasileiro, e encontra-se em estudo, uma reformulação e possível produção do MBT Osório. Os meios de produção encontram-se em poder do Exército, portanto, a possibilidade existe.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso é uma aberração, é por esses motivos e essa mentalidade bestial dos nossos governantes que vivemos assim no subdesenvolvimento eterno e isso infelizmente interessa não só as marionetes dos nossos governantes, que fazem o jogo das potências estrangeiras, como também estas que sempre inentam coisas pra nos sacrificar e se mostrar superiores a nós aos olhos do mundo.

MUDANçA JÁ, ISSO É IMPERATIVO, ENGENHEIROS E CIENTISTAS CAPAZES NÓS TEMOS, E O PIOR, QUANTOS ESTÃO SEM EMPREGO, ISSO TEM QUE ACABAR, ENGENHARIA NACIONAL ACIMA DE TUDO!!!!!!!!!!!!!!

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iWally