quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Cuidado com os ataques da aranha-marrom!!!


As aranhas-marrom (Loxosceles spp.) são aracnídeos venenosos, conhecidas por sua picada necrosante. Elas são membros da família Sicariidae.


As aranhas-marrom têm um comprimento total de cerca de 7–12 mm (um terço disso sendo o corpo, de coloração típicamente marrom) e seis olhos - organizados aos pares - na cor branca. Algumas apresentam o desenho de uma estrela no cefalotórax. De teias irregulares, têm como característica a peregrinação noturna e a alta atividade no verão. Durante o dia permanecem escondidas sob cascas de árvores e folhas secas de palmeira - na natureza - ou atrás de móveis, em sótãos porões e garagens - no ambiente doméstico.

Principais espécies


A última revisão das espécies de Loxosceles na América do Sul foi feita por Gertsch em 1958 e 1967. São catalogadas 30 espécies para o continente em questão. Algumas delas são:

Loxosceles similis (Moenkhaus, 1898)

Primeira espécie de Loxosceles encontrada no Brasil. Vive nos estados do Pará (belém), Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Conhecida também por L. surata (Simon, 1907).

Loxosceles rufescens (Dufour, 1820)

Originária da região do mediterrâneo, norte da áfrica e europa. Conhecida também por L. compactilis (Simon, 1881), L. indrabeles (Tikader, 1963), L. distincta (Lucas, 1846) e L. marylandica (Muma, 1944).

Loxosceles rufipes (Lucas, 1834)

Encontrada na Colômbia, Chile, Guatemala e Panamá.

Loxosceles variegata (Simon, 1897)

Encontrada no Paraguai.

Loxosceles spadicea (Simon, 1907)

Encontrada no Peru, Bolívia e Argentina.

Loxosceles lutea (Keyserling, 1877)

Encontrada na Colômbia e no Equador. Conhecida também por L. pictithorax (Strand, 1914).

Loxosceles amazonica (Gertsch, 1967)

Encontrada no Norte e no Nordeste do Brasil. Tem o colorido marrom, com o cefalotórax e pernas menos pigmentadas, além do abdome mais próximo ao preto.

Loxosceles gaucho (Gertsch, 1967)

Encontrada na Tunísia e no Brasil (São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

Loxosceles intermedia (Mello-leitão, 1964)

Encontrada na Argentina e no Brasil (região Sudeste, Sul e no estado de Goiás). Conhecida também por L. ornatus (Mello-Leitão, 1938) e L. ornata (Mello-Leitão, 1941).

Loxosceles laeta (Nicolet, 1849)

Encontrada na América do Sul (No Brasil na região Sul, Sudeste e no estado da Paraíba), Finlândia e Austrália. Conhecida também por L. bicolor (Holmberg, 1876), L. longipalpis (Banks, 1902), L. nesophila (Chamberlin, 1920) e L. yura (Chamberlin & Ivie, 1942)

Loxosceles reclusa (Gertsch & Mulaik, 1940)

Encontrada na América do Norte, principalmente nos EUA (Nos estados do Texas, Kansas, Missouri, Oklahoma e California). Apresenta uma linha preta na porção dorsal do seu tórax, gerando o apelido de "Aranha Violino".

Loxosceles adelaida(Gertsch, 1967)

Encontrada no Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro), Paraguai e Argentina.

Loxosceles hirsuta (Mello-leitão, 1961)

Encontrada no Brasil (São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais), Paraguai e Argentina.

Forma e conseqüência dos ataques



São aranhas pouco agressivas, dificilmente atacam pessoas. As picadas ocorrem como forma de defesa, quando macho ou fêmea (ambos peçonhentos) são comprimidos contra o corpo, durante o sono, no momento do uso das vestimentas (calçando um sapato, por exemplo) ou no manuseio de objetos de trabalho (como enxadas e pás guardadas em locais escuros).

No ato da picada há pouca ou nenhuma dor e a marca é praticamente imperceptível. Depois de 12 a 14 horas ocorre um inchaço acompanhado de vermelhidão na região (edema e eritema, respectivamente), que pode ou não coçar. Também pode ocorrer escurecimento da urina e febre. Os dois quadros distintos conhecidos são o loxoscelismo cutâneo (o que normalmente ocorre, onde há a picada na pele) e o cutâneo-visceral (com lesão cutânea associada a uma hemólise intravascular).

Com o avanço (sem tratamento) da picada, o veneno (dependendo da quantidade inoculada) pode causar necrose do tecido atingido, falência renal e, em alguns casos, morte. Somente foram detectados casos de morte - cerca de 1,5% do total - nos incidentes com L. laeta e L. intermedia.

Tratamento


Logo após a picada é indicado lavar o local com água e sabão abundantes e não fazer torniquetes, para evitar a gangrena do veneno e minimizar os efeitos da necrose. É interessante que a região da picada fique em repouso, dificultando a absorção do veneno. Não convém furar, cortar, queimar ou espremer. Também não é indicado fazer sucção no local da ferida nem aplicar extratos naturais. Não se recomenda a ingestão de bebidas alcoolicas. O procedimento padrão é levar a vítima ao serviço de saúde próximo o mais rápido possível, levando a aranha (morta ou viva) para identificação de espécie e confirmação da necessidade de soro. Vale lembrar que tais procedimentos servem para qualquer ataque de animal peçonhento.

O soro utilizado para combater a picada desta aranha é composto de Antihistamínico/anticolinesterásico/dapsona e 5 ampolas de soro antiaracnideo polivalente ou soro antiloxosceles EV, que deverá ser ministrado ao paciente até 36 horas depois do acidente com a aranha.

Combate


O predador natural da Aranha-Marrom (Loxosceles sp.) é a lagartixa (Hemidactylus mabouia), encontrada andando por paredes e tetos de casas. Porém a lagartixa vem sendo dizimada com o avanço urbano e por ação humana.

Por conta disso a Aranha-Marrom se reproduz livremente. A região sul do Brasil (Paraná principalmente) tem sofrido com o ataque destas aranhas, cerca de 3000 acidentes somente em 2004. Um relatório de um Instituto de Saúde de Minas Gerais, mostra que foram encontradas aranhas marrons do gênero Loxosceles em algumas casas da Grande Belo Horizonte, onde esta aranha estaria extinta desde 1917, e teoricamente somente existiria em cavernas.

Como evitar ocorrências


* Limpe com freqüência atrás de móveis como armários, cabeceiras de camas, baús, cômodas, quadros.

* Bata as roupas antes de vesti-las, principalmente os sapatos.

* Evite entrar em cavernas, casas abandonadas, depósitos, etc.

No caso de alguma ocorrência


* Não toque na aranha, não tente pegá-la, nem mesmo com luvas ou papeis grossos.

* Isole o local com um pano escuro e grosso.

* Evite matar a aranha. Chame os bombeiros ou o Centro de Controle de Zoonoses mais próximo de sua casa. Tentar matá-la pode ocasionar em um ataque acidental.

2 comentários:

Ana Wiwiko T.G.F.Cândido disse...

Onde ela mora.

Eu moro em goiás(anápolis) tem muita dela aqui?����

Ana Wiwiko T.G.F.Cândido disse...

Onde ela mora.

Eu moro em goiás(anápolis) tem muita dela aqui?����

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iWally